sábado, 6 de março de 2021

Técnica de enfermagem mandou esquartejar e arrancar coração de suspeito de roubo no Ceará, diz MP

 

A técnica de enfermagem Regina Cláudia Bandeira de Araújo, de 27 anos, acusada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de comandar com mão de ferro o segmento de uma facção criminosa na Favela dos Coqueirinhos, no bairro Colônia, teve o pedido de liberdade negado pelo Poder Judiciário estadual.  Na solicitação feita ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) a defesa de Regina negou todas acusações.

De acordo com a Policia, 'Claudinha', como ela é conhecida, está presa desde o dia 26 de outubro do ano passado e foi denunciada pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) como a responsável por ordenar um crime bárbaro. Tudo começou nas primeiras horas da manhã do dia 3 de abril de 2020.

Nas ruas da Favela dos Coqueirinhos, na Zona Oeste da cidade, como em muitas áreas situadas na periferia de Fortaleza, impera a lei imposta pelas facções que determina a proibição de roubar ou furtar naquelas áreas sob domínio dos grupos criminosos, sob pena de sanções que vão desde espancamentos até a morte. 

Segundo as investigações, a vítima, que até hoje ainda não foi identificada, tentou roubar uma bicicleta em frente a uma lanchonete, na Favela dos Coqueirinhos. O homem correu, mas foi perseguido e capturado pelos acusados Eric Luid Cavalcante, o ‘Preguinho’, Francisco Erandi da Silva Pereira Filho, conhecido como ‘Edinho’, Mateus Portela de Sousa, o ‘Portela’ e ‘José Edimilson Pereira Filho, conhecido como ‘Nilsinho’, todos moradores da comunidade e integrantes de uma facção criminosa com origem cearense. 

A denúncia do MPCE relata que o suspeito do roubo foi submetido a uma sessão de tortura ali mesmo na rua. Contudo, os espancamentos foram interrompidos por intervenção do proprietário da lanchonete, que soltou o homem. O homem conseguiu fugir e quando imaginou ter se livrado do grupo foi perseguido mais uma vez e acabou capturado novamente. Levada para uma casa localizada na Rua São José, na Barra do Ceará, a vítima teve seu destino definido naquele imóvel pelos acusados do crime, conforme o Ministério Público.

O homem teve a cabeça arrancada do corpo, assim como outros membros. As orelhas foram retiradas e as oito partes do cadáver colocadas em três sacos plásticos. De acordo com o MPCE, além dos que o capturaram, o ritual macabro contou com a participação de Francisco Valdemir, o ‘Véi’, Cleilson Pessoa, conhecido como ‘Barriga’, Tassiano Oliveira, o ‘Cassiano’ e dois adolescentes, que foram pagos com drogas para se desfazerem do corpo entre as pedras perto de uma barraca de praia na Vila do Mar. 

Coração
Durante a ação criminosa, um dos acusados que ficou responsável por arrancar o coração da vítima não conseguiu completar a missão. 

A torpeza do crime não parou por aí. Segundo a denúncia do órgão ministerial, a mesa utilizada como apoio para esquartejar a vítima foi jogada na rua e virou brinquedo para as crianças do bairro. Além disso, um dos réus desfilou pela comunidade exibindo as orelhas do homem.

Os acusados foram denunciados por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de tortura e modo cruel e com emprego de meio que dificultou a defesa da vítima), e também pelos crimes de ocultação de cadáver, organização criminosa e corrupção de menores.

Defesa
No processo, a defesa de Regina Cláudia alega inocência. Os advogados afirmam que ela não mora nesse bairro, não tem ligação com nenhuma organização criminosa e nem conhece os demais acusados. 

Durante o pedido de liberdade negado pelo Poder Judiciário, a defesa da acusada sustenta ainda ilegalidades no cumprimento do mandado de prisão, que não seria mais válido quando foi executado pelas forças policiais. Regina Cláudia teve a prisão temporária convertida em preventiva em novembro de 2020.

A defesa ressalta ainda que a acusada é mãe de uma criança de 5 (cinco) anos, não possui parentes que possam cuidar da menor. O pai da criança, identificado como Francisco Gabriel Alcântara Correia, o 'Biel', também está preso. 

Fonte:Diário do Nordeste


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