O aposentado Raimundo Alves Nogueira é um exemplo de saúde e disposição. Na manhã do último domingo ele estava caminhando com o seu jumento à margem da CE-060, na localidade de Varjota, na zona rural de Quixadá, mas não era passeio. Afirmando ter nascido em 1926, portanto com 91 anos de idade, ele já havia percorrido uma légua, a procura de emprego.
Ele explicou que é viúvo, e para não se sentir solitário, prefere caminhar, acompanhado do seu amigo que carrega no lombo algumas bugigangas pessoais. “Tenho filhos. Eles me tratam muito bem, mas prefiro ficar no meu sertão, cuidando do meu terreninho“, justifica a distância da família que mora em Fortaleza.
Percebendo que seria o personagem de uma reportagem do Diário do Nordeste aproveitou a oportunidade para pedir um emprego. “Se tiver alguém que tenha uma propriedade para eu cuidar não tenho medo não“, e como qualificação profissional, além da lucidez de causar inveja, afirma que nunca consumiu bebida alcoólica, além de outras vantagens.
PEC da Previdência
Sobre a aposentadoria, seu Raimundo explicou que ainda pretende continuar dando “trabalho” ao Governo, pelo menos por mais uns 10 anos. Apesar de mal dar para pagar as despesas a merreca que recebe é um direito que foi conquistado com muito suor, de quem trabalhou desde criança na roça e levou alimentação à mesa de muita gente.
Quanto as mudanças na aposentadoria dos brasileiros o sertanejo disse com clareza ser um direito de qualquer um ter pelo menos um pouco de dignidade no fim da vida, mesmo que isso demore alguns anos. “Não tenho culpa se ainda estou forte e saudável“, ressaltou.
Fonte: Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário