BRASÍLIA - O presidente Michel Temer voltou a chamar uma crise do governo de "acidente", em entrevista à agência espanhola Efe neste sábado. Desta vez, Temer defendeu que a lista de Fachin não afetará investimentos estrangeiros no Brasil. O peemedebista foi citado em dois inquéritos, mas tem imunidade temporária por atos cometidos antes do mandato. Em janeiro, Temer chamou de "acidente pavoroso" o massacre no presídio de Manaus, com 60 presos mortos. Depois de ser criticado, recuou e publicou no Twitter alguns sinônimos da palavra.
— Não há nenhuma preocupação, percebo eu, das empresas em geral, dos investidores estrangeiros e mesmo dos investidores nacionais em relação a esse assunto. Do tipo: o Brasil não vai parar porque houve um acidente desta ou daquela natureza, uma delação de alguém. Isso não significa paralisação dos trabalhos legislativos nem do governo — disse Michel Temer, quando questionado se as investigações da operação Lava-Jato atrapalharão investimentos no país, que tenta retomar o crescimento econômico
Buscando minimizar o impacto no governo da lista de Fachin, Temer disse não haver preocupação por "uma delação de alguém". No último dia 11, o relator da Lava-Jato pediu inquéritos para oito ministros do governo — incluindo dois do Palácio do Planalto — e 63 parlamentares, com base em delações premiadas de 78 ex-executivos da Odebrecht. Temer é citado, mas não será investigado enquanto ocupar a Presidência.
OUTRO 'ACIDENTE'
Há três meses, Temer foi criticado por referir-se como "acidente pavoroso" ao massacre no presídio de Manaus, com 60 assassinatos brutais. A reação fez o presidente publicar no Twitter sinônimos da palavra dias depois, justificando-se. Ainda em janeiro, haveria mais 70 mortes bárbaras em prisões de Roraima e Rio Grande do Norte.
Em pesquisa interna encomendada pelo governo em março, Temer aparece como o "principal" responsável pela crise carcerária, e o governo foi desaprovado por 70% dos entrevistados. Os dados são do Ibope Inteligência.
Além de falar à agência espanhola Efe, Temer deu entrevista à TVE, do mesmo país. Na próxima segunda-feira, o peemedebista receberá o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy.
Quando foi perguntado pela TVE se é triste o fato de políticos serem investigados com base nas delações de ex-executivos da construtora, Temer declarou:
— Triste eu acho, serão definidos à medida que o poder judiciário condene ou absolva as pessoas — disse.
Ele também afirmou que o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava-Jato na 1ª instância judicial, cumpre seu papel "adequadamente".
FONTE:O GLOBO
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