Como era de se esperar, na última quinta-feira, dia 30.01, o reboco da laje do gabinete do delegado de Sanharó (PE) desabou. Felizmente, sem deixar feridos. O imóvel em que a delegacia está instalada é impróprio para abrigar uma unidade policial, pois as paredes do gabinete do delegado dão choque, podendo ceifar a vida dos servidores.
Além disso, o teto está com o reboco caindo, a fiação elétrica está à mostra, o local não possui banheiro feminino, o alojamento masculino está com infiltrações e existe acúmulo de objetos apreendidos – o que agrava a situação insalubre do local. A unidade também está impossibilitada de prestar um serviço continuado, visto que conta com uma quantidade escassa de policiais civis. Por conta disso, a delegacia fecha as portas para a população à noite, nos finais de semana e, ainda, em alguns dias da semana.
Francisco Souto Maior, autoridade policial de Sanharó, já tentou que a Polícia Civil locasse outro imóvel para a instalação da delegacia e, por diversas vezes, cobrou uma intervenção enérgica da Instituição. Mesmo assim, nenhuma providência foi tomada.
Ao visitar o local, Diego Soares, presidente da ASPOL/PE, afirmou que a entidade irá se engajar para que esse tipo de incidente não venha a ocorrer novamente. “Antes que aconteça uma fatalidade que exponha ainda mais a fragilidade do órgão, a Administração Pública deve interditar o espaço e disponibilizar outro para que a sociedade do município de Sanharó não fique sem os serviços essenciais prestados pela Polícia Civil. Não permitiremos que nossos policiais continuem laborando nessa situação, vamos pedir a interdição do local”, afirmou.
Denúncia anterior – Em 2012, a ASPOL/PE denunciou a situação caótica da unidade de Sanharó ao Ministério Público do Trabalho. Infelizmente, nada foi feito na ocasião, mesmo estando presentes representantes do Governo e da Polícia Civil.
Apesar da Administração Pública se vangloriar com o Pacto pela Vida, os policiais civis convivem com uma situação de trabalho desumana, sem estrutura física, elevada carga de trabalho e com munições vencidas. Muitos servidores também trabalham desarmados, não recebem horas extras e adicional noturno, além de receberem um dos piores salários de polícia judiciária do Brasil, o que demonstra a maquiagem de um pacto voltado à escravidão e ao encarceramento.
Fonte:Blog Infor Cupira
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