Em uma reunião nesta terça-feira (31) na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a maioria dos parlamentares do PMDB definiu que Eunício Oliveira (PMDB-CE) será o candidato da sigla na eleição para a presidência da Casa. Nesta quarta-feira (1º), os senadores vão escolher quem será o presidente do Senado pelos próximos dois anos.
Dos 19 senadores que integram a bancada peemedebista, apenas Roberto Requião (PR), Waldemir Moka (MS) e Simone Tebet (MS) não participaram do encontro.
“A bancada decidiu, por aclamação, escolher Eunício Oliveira para ser candidato à presidência do Senado. E também foi escolhido Renan Calheiros (AL) para ser o novo líder da bancada do PMDB”, disse o senador João Alberto (MA).
A candidatura de Eunício Oliveira, no entanto, ainda não foi oficializada junto à Secretaria-Geral da Mesa do Senado. Até o momento, o peemedebista terá somente um concorrente ao comando da Casa. Em entrevista ao G1, José Medeiros anunciou que vai disputar a eleição, mas também ainda não oficializou a candidatura.
Na reunião, os parlamentares da bancada também escolheram Renan como novo líder da legenda no Senado.
Outras funções-chave que deverão ser ocupadas pelo PMDB ainda não foram definidas. É o caso da presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que é disputada por Marta Suplicy (SP), Edison Lobão (MA) e Raimundo Lira (PB).
A CCJ é um dos colegiados mais importantes do Senado. É pela comissão que passam todas as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) e projetos de grande repercussão, como o que endurece as punições para autoridades que cometem abuso no exercício da função.
O colegiado também tem a função de sabatinar e opinar sobre indicados para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Outra vaga que cabe ao PMDB e que ainda está em aberto é a segunda-vice-presidência da Casa, que é alvo de disputa entre os senadores Valdir Raupp (RO), João Alberto (MA) e Garibaldi Alves Filho (RN).
O segundo-vice-presidente do Senado substitui o presidente e o primeiro-vice-presidente do Senado no comando das sessões legislativas, caso os dois se ausentem. Ele também tem direito a uma equipe de assessores comissionados.
Aumento da bancada
Maior bancada do Senado, a composição do PMDB no Senado vai aumentar ainda mais nesta quarta-feira. Está prevista uma solenidade na liderança da sigla na Casa de filiação do senador Elmano Férrer (PI), que vai deixar o PTB.
A informação foi confirmada pela assessoria do parlamentar e por senadores do PMDB. Com isso, a bancada peemedebista passará a ter 20 parlamentares.
Existe ainda a possibilidade de Zezé Perrella (MG) também deixar o PTB para se incorporar ao PMDB. A assessoria do senador, contudo, não confirmou a informação.
Posição sobre o PT
Na tarde desta terça, a bancada do PMDB se reuniu novamente, no Senado. Ao deixar o encontro, o presidente nacional do partido, senador Romero Jucá (RR), afirmou que "respeitará" uma eventual decisão do PT de não apoiar a candidatura de Eunício Oliveira - o senador votou a favor do impeachment de Dilma no ano passado.
"Caso o PT não queira endossar a candidatura [do senador Eunício], ele não ficará [fora da mesa], ele estará saindo da composição. Será uma decisão do PT que nós vamos respeitar. [...] A gente entende a circunstância de dificuldade que vive hoje o PT, por isso que a gente dá prazo e respeita a posição que ele tomar. O prazo é até amanhã, perto da eleição. O registro da chapa", declarou o senador.
Ao falar sobre a candidatura de José Medeiros, Jucá disse ser "legítimo" que qualquer senador dispute a presidência da Casa, mas ressaltou que o PMDB, por ter a maior bancada, "tem o direito" de indicar o presidente.
Por fim, o presidente do PMDB relembrou que o PSD, partido ao qual José Medeiros é filiado, apoia a eleição de Eunício e, por isso, até o momento da votação, "qualquer entendimento pode ser feito".
Fonte:G1/POLÍTICA