sábado, 8 de fevereiro de 2014

Embates eleitorais preocupam deputados


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Os deputados estaduais retomaram os debates em plenário a partir desta semana e estão preocupados com a municipalização de temas durante o período pré-eleitoral. A maioria dos parlamentares ouvidos pelo Diário do Nordeste acredita que este tipo de tema diminui o nível das discussões na Casa. Enquanto a oposição irá buscar mais união em 2014, a base aliada irá focar nos feitos do Governo Cid Gomes para defender a gestão.
O deputado Mauro Filho (PROS) disse que vai manter a vigilância em relação aos pronunciamentos de deputados da oposição, assim como fez nos três meses do ano passado quando retornou às atividades da Casa. Segundo ele, muitas vezes, alguns parlamentares sobem à tribuna e fazem colocações sem qualquer embasamento, fazendo com que o debate perca o nível. "Espero que, no entanto, essa questão não fique municipalizada. A Assembleia tem que discutir o Ceará e teremos que ter cautela para afincar com profundidade todos os feitos pelo governador do Estado. Espero que a Assembleia continue dando abertura para que a população continue a vir aqui", defendeu.

O parlamentar ainda mandou um recado para os oposicionistas da Casa, dizendo que os deputados opositores "podem vir do jeito que for", pois ele e a base aliada estão preparados para os ataques. "Ninguém pode desqualificar as obras do passado, mas os avanços do governador Cid são extremos. Não tínhamos hospitais no Interior do Estado e nenhuma escola profissionalizante", defendeu.

O líder do Governo na Assembleia Legislativa, José Sarto (PROS), informou que, mesmo 2014 sendo um ano eleitoral, não montará nenhum "esquema especial" com a base para fazer a defesa do Governo e trabalhará como fez no ano passado. "Esse Governo tem uma marca e não só na engenharia. Tem UPAs, escolas profissionalizantes, policlínicas. A oposição vai fazer o papel dela de criticar", declara.

Ele ressaltou que a Casa não deve ser palco de discussões "paroquiais" e nem eleitoreiras, pois o Ministério Público Eleitoral estará averiguando cada passo dos parlamentares. "Temos que discutir ações de Governo e não de partido. O desafio agora é mostrar para a população aquilo que foi feito por Cid Gomes", alega.

Oposição

Já a deputada Fernanda Pessoa (PR) defendeu mais união dos opositores para apresentar propostas de mudanças ao Estado e disse que está esperando um posicionamento dos "líderes maiores" das legendas de oposição. Ela garante que tem estudado temas para abordar na tribuna do plenário, assim como a também oposicionista Eliane Novais (PSB). "Eles (base aliada) também têm que mostrar o trabalho que o Governo está fazendo. Queremos um Estado para todos e isso está faltando pelo visto", emenda Novais.

Já Heitor Férrer (PDT) lamentou que a Segurança Pública ainda encontre dificuldades no Ceará, como mostrou o Diário do Nordeste no dia 3 de fevereiro, que veiculou notícia dando conta do assassinato de 282 pessoas em janeiro na Região Metropolitana de Fortaleza, uma média de nove assassinatos por dia.

"O Governo tem cantado em verso e prosa que tem feito muito pelo Ceará, que a economia melhorou, que o Estado está mais rico, mas isso esmaece as suas cores quando nos deparamos com os casos de violência", disparou. Férrer disse que a oposição "é muito unida", mas cada um dos membros oposicionistas utilizam determinados assuntos e demandas para debater em plenário. Ele garante que irá apoiar seus pares.

Para Lula Morais (PCdoB), os debates serão essencialmente mais intensos e a presença dos parlamentares em plenário será maior, pelo menos nos primeiros meses deste semestre, diferente do que deve ocorrer quando iniciar o processo eleitoral.

Principais temas

Segundo ele, mobilidade urbana, violência, drogas, refinaria, saúde e seca serão os principais temas abordados pelos deputados. "Teremos um ano intenso de debates e discussões não só dos parlamentares, mas da sociedade que termina participando mais dos debates propostos".

O parlamentar afirmou que muitos deputados têm atividades regionais e levam assuntos mais municipalizados para o plenário, o que, defende, não deve acontecer. "Aqui não é Câmara de Vereadores", criticou.

Já o deputado Welington Landim (PROS) informou que a Assembleia Legislativa é uma casa política e que todas as discussões políticas, principalmente as que tratam da sucessão de Cid Gomes, nortearão os temas propostos. Ele lembrou, no entanto, que é importante que os deputados discutam assuntos do Estado e não municipalizados, para não diminuir o nível das discussões. "Essa Casa é para discutir os assuntos do Estado", lembra.
Fonte:diáriodonordeste.com.br

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