No fim dos anos 90, Chris Duran tinha uma carreira internacional, música
na trilha sonora de uma novela da Globo, namorava a então VJ da MTV
Sabrina Parlatore e fazia as mulheres suspirarem em seus shows.
Cobiçado, ele chegou a posar para um ensaio sensual no Paparazzo.
Em 2001, essa realidade desejada por muitos foi deixada pra trás ao
virar evangélico e, desde então, ele se dedica à carreira na música
gospel. Hoje, aos 40 anos, contabiliza sete discos lançados nesse
segmento, além dos dois álbuns com as músicas românticas da trajetória
abandonada.“Não me arrependo da minha carreira. Foi ela que me levou à salvação.
Ela foi necessária para que eu encontrasse a verdade. Me arrependo é dos
pecados que cometi, do estilo de vida que levava”, afirma Duran, em
entrevista ao EGO.
Voltar a cantar músicas românticas, ainda que eventualmente e com
letras sem malícia, é algo totalmente descartado em sua vida. Ele deixa
claro que diverge de artistas como Baby do Brasil, Sula Miranda e
Rosanah, que se converteram, mas seguem com seus respectivos
repertórios.
"Não gravaria em hipótese alguma uma música romântica, sem chance. A
finalidade dos homens não é trabalhar para si. É viver e trabalhar para
Deus. Não se deve usar o dom recebido para ser bajulado", opina ele,
admitindo que seu "posicionamento é radical".
"Acho um absurdo certos cantores continuarem a cantar música secular.
Jesus disse que numa fonte não jorra água doce e salgada. Posso até
aparecer em programas seculares, mas firmando minha postura. O correto é
fazer tudo para Deus", reforça.
Nascido em uma família católica - ele chegou a ser coroinha na infância
-, Duran garante que também não faria duetos com padres cantores, como
Fábio de Melo ou Marcelo Rossi. "Não creio no ecumenismo. Segundo a
Bíblia, nem todos os caminhos levam a Deus", argumenta.
E a questão não é apenas com a Igreja Católica. "Também não faria
duetos com alguns evangélicos que não vivem de fato a palavra. Já vieram
me procurar, mas não me interessei, por mais famoso que fosse. Não
entrei no ramo gospel atrás de fama", afirma.
Depressão e conversão
Chris Duran nasceu em Dieppe, na Normandia, no Norte da França, e, aos 20 anos, se mudou para a Espanha para estudar Economia. Nesse período, foi descoberto
pelo mesmo caça-talentos que revelou Julio Iglesias. Logo se mudou para
Miami para gravar seu primeiro CD e em pouco tempo alcançou o topo das
paradas de sucesso dos Estados Unidos e de outros países.
Em 2001, um acidente no Chile interrompeu a trajetória meteórica. Ele
voltava de um show com Gloria Estefan quando o motorista que os conduzia
dormiu ao volante e bateu de frente em um ônibus. Duran quase morreu e
ficou alguns meses em uma cadeira de rodas.
Durante a recuperação, entrou em depressão e, em meio à crise, se
sentiu tocado e resolveu mudar de vida. "Havia um vazio existencial
dentro de mim, como acontece com quase todos os artistas", diz.
"O mundo em que eles vivem não é real, há muita bajulação. Eu vivia
cercado por pessoas que não me completavam. Amy Winehouse, Whitney
Houston... Por que tiveram um fim tão drástico mesmo com tanto sucesso?
Porque ali havia um vazio. Procurei a palavra para suprir minha vida",
explica.
Após a conversão, ele se mudou para o Brasil, onde conheceu sua mulher,
Poliane, com quem teve uma filha, Esther. Pastor há sete anos, hoje ele
não é ligado a nenhuma igreja. Duran possui seu próprio ministério
itinerante.
Levando uma vida confortável no Rio de Janeiro, ele admite que ganhava
mais dinheiro nos tempos de cantor pop. "Os ganhos daquela época não se
comparam aos atuais, mas o prazer compensa. Eu quis uma mudança real de
vida, não apenas trocar de estilo musical", afirma.
FONTE: EGO
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