Quatro dias depois de ouvir sua torcida tratar a classificação à final da Copa do Brasil como "obrigação", o Palmeiras a cumpriu na noite desta quarta-feira (já madrugada de quinta, na verdade). Com dificuldades, mas cumpriu: 2 (4) x (1) 1. Para passar pelo Fluminense e conseguir a vaga, precisou de milagres das mãos de Fernando Prass, nos últimos minutos e nos pênaltis, após um começo arrasador com dois gols marcados pelos pés de Lucas Barrios.Nos bons e nos maus momentos, Fernando Prass se posiciona como um dos líderes do Palmeiras e chama a responsabilidade na hora de dar explicações aos jornalistas. Na última quarta-feira, o goleiro deixou a arena do Verdão como o grande herói da classificação da equipe de Marcelo Oliveira para a decisão da Copa do Brasil. E mais uma vez foi um dos atletas mais requisitados pelos jornalistas na saída dos vestiários.
Além da defesa de pênalti em cobrança de Gustavo Scarpa, o goleiro teve a bola do jogo nas mãos nos acréscimos do segundo tempo, quando evitou o gol de Fred em chute dentro da grande área.
– É o que eu falo de o goleiro ser forte mentalmente. Naquele momento, está no fim do jogo e você se desespera porque vai levar o gol e acabar o jogo. Aí pode tomar uma decisão precipitada. Eu tive frieza para esperar o Fred finalizar e contar que ele não finalizasse com perfeição. Ele não finalizou com perfeição, e eu tive a frieza para ficar em pé e fazer a defesa – avaliou.
– Comentei com o pessoal que foi uma situação muito parecida com a final do Paulistão. O Cleiton bateu uma falta, o Amaral fez o gol no rebote aos 44, o juiz deu impedimento por um pé e, na saída de bola, o Ricardo Oliveira saiu cara a cara e defendi. Fomos para os pênaltis e perdemos. Mas, na hora, pensei: aconteceu tudo igual, mas o final será diferente. Graças a Deus, foi – completou o goleiro.
Fernando Prass vibra após Flu perder pênalti: goleiro ajuda Verdão na classificação para a final da Copa do Brasil (Foto: Marcos Ribolli)Com contrato renovado recentemente, Prass vai permanecer no Palmeiras até o fim de 2017. A permanência no clube por mais duas temporadas pode permitir ao goleiro, herói também na semifinal do Paulistão contra o Corinthians, aumentar sua lista de feitos com a camisa alviverde.
– Já tive momentos muito bons, mas pênalti é uma situação que potencializa tudo. Teve a situação do Corinthians em Itaquera também, isso tudo dá uma visibilidade maior. Mas eu me caracterizo por ser um goleiro muito regular desde a época do Coritiba – afirmou.
A grande atuação na arena palmeirense contra o Fluminense teve dedicatória especial. Concentrado desde segunda-feira, o goleiro perdeu o dia do aniversário dos filhos Caio e Helena.
– Minha filha me perguntou onde eu estaria no dia 28, falei que teria jogo aqui em casa e voltaria para dar os parabéns para ela. Tudo correu da melhor maneira possível. Não faço gol, mas eles me cobravam para defender pênalti por ter largado os dois no dia do aniversário – declarou o atleta.
– Cada profissão tem ônus e bônus. O futebol tem essa situação de não poder participar de muitas coisas, perdi muitas coisas com a minha família, e sempre digo que, para perder tudo isso, tem que fazer valer a pena. Por isso hoje estamos muito felizes – completou.
Fonte:G1/COPA DO BRASIL
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