terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Da fazenda à São Silvestre: queniano muda de vida e puxa pelotão africano

Uma multidão aplaudiu Stanley Biwott em Nova York. O corredor africano foi o primeiro a cruzar a linha de chegada da maratona da cidade americana no último primeiro de novembro. Entre os arranha-céus de Manhattan, ele entrava para um hall de grandes maratonistas, algo que era apenas um sonho quando começou sua carreira em 2006. Naquela época, o atleta só podia treinar no tempo livre, tinha de trabalhar em uma fazenda de laticínios para se manter. O campo ficou para trás, e Stanley agora tenta conquistar mais uma cidade para fechar um 2015 dourado. Ele puxa o favorito pelotão africano na 91ª São Silvestre, nesta quinta-feira - a elite feminina larga às 8h40 (de Brasília), e a elite masculina e os demais atletas, às 9h. A TV Globo transmite a prova de 15km ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha tudo de perto em Tempo Real a partir das 7h.

- Estou muito feliz de estar aqui. Foi o meu melhor ano, porque venci uma corrida importante. Foi um bom ano e sei que posso mais. Eu comecei a correr no colegial. Eu também era jogador de vôlei. Quando eu terminei a escola, eu fui trabalhar em uma fazenda e depois comecei a treinar no meu tempo livre, mas agora eu só corro. Foi um crescimento para mim. Às vezes eu sinto falta da fazenda ainda, mas quero mesmo é correr - disse Stanley. 

A Maratona de Nova York é uma das mais tradicionais do mundo e já foi vencida por duas vezes pelo brasileiro Marilson Gomes dos Santos. Só que o Quênia venceu as últimas quatro provas. 

- Foi muito importante para mim, porque a Maratona de Nova York é uma das principais do mundo. Vencer me colocou em uma nova categoria, agora sou um grande corredor. São Silvestre também pode ser muito importante para mim.




Stanley Biwott (de laranja) lidera africanos na São Silvestre (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)

Assim como a prova americana, a São Silvestre tem sido dominada pelos africanos. Marilson foi o último brasileiro a vencer a disputa de 15km, em 2010, e Lucélia Peres foi a mais rápida entre as mulheres em 2006. Stanley nunca venceu a prova, mas já tem boas lembranças de São Paulo. Ele teve sua primeira vitória em maratonas justamente na capital paulista, em 2010, quando estabeleceu o recorde da prova (2h11s19).


- Eu me lembro de muitos torcedores me apoiando na maratona. A São Silvestre tem um percurso muito duro. Não é como qualquer outra prova. A São Silvestre é uma parte do meu treinamento para chegar às Olimpíadas. É uma grande corrida. Eu tenho de trabalhar minha velocidade, então isso me ajuda no caminho para o Rio - disse o atleta, que tem índice olímpico e ocupa a 22ª posição do ranking mundial de 2015 na maratona (42,195km), mas é apenas o 15º queniano da lista, sendo que o país pode inscrever somente três deles os Jogos de 2016.

Stanley Biwott lidera quenianos na São Silvestre (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
(Foto: infoesporte)

Stanley diz que os brasileiros são fortes concorrentes, mas a briga promete ser com os rivais africanos. O etíope Dawit Admasu defende o título, enquanto o também queniano Edwin Rotich tenta retorno ao topo do pódio para conquistar o tri da São Silvestre (venceu em 2012 e 2013).


- Treinar é o único segredo. Vou dar o meu melhor. Meu alvo é vencer pela terceira vez. Meu objetivo é ser como o Paul Tergat - disse Rotich, referindo-se ao queniano que é o maior vencedor da prova, com cinco taças.


Entre as mulheres, a etíope Ymer Ayalew defende o título e tem como principais concorrentes as quenianas Caroline Komen (atual campeã da Maratona de São Paulo) e Maurine Kipchumba (campeã da São Silvestre de 2012).

FONTE:G1/SÃO SILVESTRE

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