Sérgio Machado, autor das gravações de conversas em que integrantes da cúpula do PMDB discutem os impactos da Lava Jato, comandou por 12 anos a Transpetro, subsidiária que une áreas de produção, refino e distribuição da Petrobras, epicentro da operação.
Aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Machado assumiu o posto no início do governo Lula, por indicação política do PMDB. Foi mantido no cargo por Dilma até novembro de 2014, quando pediu afastamento após ser citado em uma das delações premiadas da operação. Em fevereiro de 2015, pediu demissão.
Eleito pelo PSDB do Ceará para o Senado em 1994, Machado chegou a ser líder do partido na Casa. Posteriormente, aproximou-se do PMDB, ao qual se filiou em 2001 numa cerimônia que teve a presença de Michel Temer, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eliseu Padilha, atual ministro da Casa Civil.
Lava Jato
Machado foi citado por três delatores da Lava Jato como envolvido no esquema de propina na Petrobras. Segundo o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores da Lava Jato, Machado era mantido no cargo por Renan e foi responsável pelo pagamento de R$ 500 mil em propina oriunda de contratos da estatal supostamente superfaturados, entre 2009 e 2010. O executivo nega.
O senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS), disse que Machado e Renan despachavam na residência oficial do presidente do Senado. Além disso, Ricardo Pessoa, dono da UTC, disse que deu um R$ 1 milhão para Machado para que ele não criasse dificuldade em contratos.
Machado ainda não é investigado formalmente no STF, mas o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu a inclusão de seu nome no principal inquérito da operação, que apura se existiu uma organização criminosa formada por empresários, políticos e dirigentes da Petrobras com intenção de fraudar contratos da estatal.
Nesta quarta-feira (25), o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou o acordo de delação premiada firmado por Machado com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Em sua delação, Machado gravou conversas com políticos com foro privilegiado, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que deixou o comando do Ministério do Planejamento após ter o teor dos diálogos revelados nesta semana.
Fonte:G1/POLÍTICA
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