Fernando Torres é a prova viva das voltas que o mundo do futebol pode dar. Após começar a jogar no início dos anos 2000 na segunda divisão espanhola com o Atlético de Madrid, o atacante despontou com a camisa colchonera, confirmou as expectativas no Liverpool, caiu de rendimento quando foi para o Chelsea, retornou em 2015 à Espanha em baixa, virou reserva e agora vê a carreira dar mais uma reviravolta. Aos 32 anos, é um dos protagonistas da campanha que levou o time de Simeone novamente à final da Liga dos Campeões e pode vencer o primeiro campeonato de elite pelo clube de coração. A grande chance será na finalíssima do próximo sábado, diante do Real no San Siro – a TV Globo e o GloboEsporte.com transmitem a partida ao vivo, às 15h45 (de Brasília), com pré-jogo no site a partir de 13h (de Brasília).
Não que falte títulos ao experiente atacante. No currículo, ele tem Copa do Mundo (na África do Sul em 2010), Eurocopa (na Áustria e Suíça em 2008 e na Polônia e Ucrânia em 2012), Liga Europa (pelo Chelsea em 2013) e até mesmo uma Champions (pelo próprio Chelsea em 2012). A questão é que ele pode conquistar o primeiro grande título pelo clube que o revelou - o único troféu que levantou no Vicente Calderón foi a segunda divisão espanhola, em 2002.
Torres acha que título da Champions pelo Atlético poderá superar Copa (Foto: Edgard Marques / Globoesporte.com)
- Nada seria comparável a vencer a Champions League pelo Atlético. Venci pelo Chelsea, mas não foi em um bom lugar. Não senti que fui bem tratado naquela ocasião - disse o atacante, definindo que uma eventual conquista no sábado não seria comparável nem mesmo ao título mundial com a Espanha, em 2010.
A relação de Torres com o Atlético vem de longa da data. Clube de coração do atacante, foi onde ele apareceu como profissional ao levar o clube de volta à elite espanhola em 2002. Depois disso, desandou a fazer gols com a camisa colchonera, o que o levou para a seleção espanhola e depois para o Liverpool. Os anos em Anfield Road também foram de brilho. Nesse período, tornou-se um dos grandes destaques da conquista da Espanha na Euro de 2008, inclusive marcando o único gol da vitória por 1 a 0 sobre a Alemanha na decisão.
Se não foi necessariamente protagonista, Torres teve participação ativa no título da Espanha na Copa de 2010 e seis meses depois aceitou a oferta do Chelsea, que pagou nada menos que 50 milhões de libras para contratá-lo. A transferência se mostrou frustrada para todos os lados, e o atacante passou a conviver com uma seca de gols. É bem verdade que participou de dois títulos europeus da equipe londrina, mas como coadjuvante - apesar de ter marcado na final da Liga Europa, vencida por 2 a 1 sobre o Benfica, em 2013, e também na semifinal da Champions do ano anterior, contra o Barcelona.
- Eu não quero falar sobre aqueles momentos. Minha carreira está indo tão bem neste momento, estou me sentindo tão em casa e cheio de confiança que eu não quero reviver aqueles dias - completou, sem esconder uma certa mágoa com o passado.
Fernando Torres não esconde mágoa pelos tempos de Chelsea, onde ganhou a primeira Champions (Foto: Getty Images)
Diante da certeza de que não fez um bom negócio ao pagar tanto dinheiro para tirá-lo do Liverpool, o Chelsea o emprestou em 2014 ao Milan, onde foi presença constante no departamento médico e saiu sem deixar muitas saudades. Mal sabia ele que, ao se transferir para o Atlético, retornaria ao San Siro na temporada seguinte para jogar a final da Liga dos Campeões. Mais que isso: voltaria a ser decisivo e, pela primeira vez desde 2009/10, superaria a marca de dez gols em uma liga nacional.
Foram 11 bolas na rede no último Campeonato Espanhol, sendo que ele começou jogando em 17 partidas no torneio - em que os colchoneros brigaram pelo título até a última rodada. Com o tempo, ele ganhou confiança do técnico Simeone e assumiu um lugar no time titular na reta final da Champions. Inclusive, marcou contra o Barcelona, no Camp Nou, o que acabou tendo muita influência na classificação, em jogo que acabou expulso. Depois de retornar de suspensão na semifinal, foi decisivo no triunfo sobre o Bayern de Guardiola na semifinal com a assistência para Griezmann marcar em Munique (veja abaixo).
A volta dos bons ventos não refletiram em uma convocação para tentar o tricampeonato continental com a Espanha na Eurocopa 2016, na França. Se foi preterido para defender a seleção, agora ele pode realizar um sonho antigo com a camisa do seu time de coração e, quem sabe, renovar por mais dois anos para seguir no Vicente Calderón na próxima temporada.
- Ambas as partes estão bem juntas. Ele vai dar (sua) opinião, de modo que o clube possa decidir o que é melhor para eles e para o jogador - indicou o técnico Diego Simeone.
FONTE:G1/LIGA DOS CAMPEÕES
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