Atlético-MG e Internacional estão a quatro jogos de conquistar pela segunda vez o título da Copa do Brasil. E, em princípio, é tudo o que os dois clubes têm em comum até aqui. De resto, quanta diferença.
A semifinal da Copa do Brasil reúne um time que ainda pode terminar o ano como campeão do Brasileirão e outro que pode ser rebaixado.
O que pode ser campeão, começou muito mal a competição, lamentando a derrota na final do Campeonato Mineiro e com apenas uma vitória em oito jogos do Nacional. O que ainda corre risco de rebaixamento, iniciou o Brasileiro muito bem, comemorando o título do Gaúcho e com seis vitórias em oito jogos do Nacional. Mas, de repente, quase que ao mesmo tempo, tudo mudou.
O Atlético-MG conseguiu nove vitórias em 11 partidas do Brasileiro, enquanto o Internacional, também em 11 jogos, foi derrotado oito vezes. Nesse período, o Internacional foi dirigido por três treinadores (Argel Fucks, Paulo Roberto Falcão e Celso Roth) e contou com quatro goleiros diferentes (Danilo Fernandes, Jacsson, Muriel e Marcelo Lomba). Aparentemente, a maior diferença entre os dois clubes é que o Atlético-MG estava mais bem preparado do que o Internacional para enfrentar a onda de maus resultados. Aparentemente...
O Espião Estatístico analisou todos os jogos disputados pelo Galo e pelo Colorado desde a estreia de ambos pelo Brasileirão. Quinto colocado no Campeonato Brasileiro 2015, o Internacional chegou à edição de 2016 após disputar a Primeira Liga e o Estadual e já garantido nas oitavas de final da Copa do Brasil. Estreou no Brasileirão mudando apenas um jogador em relação ao time que bateu o Juventude no segundo jogo da final do Gaúcho.
Jogadores do Atlético-MG comemoram gol no Internacional pelo segundo turno do Brasileiro (Foto: Futura Press)
Vice-campeão do Nacional do ano passado, o Atlético-MG disputou a Libertadores, o que exigiu do clube muita organização. Sua estreia no Brasleirão ocorreu entre os dois jogos das quartas de final da competição sul-americana, quando acabou eliminado pelo São Paulo. Por conta disso, usou 22 jogadores diferentes como titulares, um time inteiro em cada competição.
Agora, enquanto o técnico Marcelo Oliveira, do Atlético-MG, faz mistério se usa ou não Cazares na semifinal da Copa do Brasil, o treinador do Internacional, Celso Roth, deu a entender que vai para a primeira partida das semis com meio time titular e meio time reserva. Talvez em nenhum outro esporte seja possível fazer esta afirmação: os dados indicam que as duas estratégias, até aqui, se mostraram vencedoras na Copa do Brasil. Desde sua estreia na competição, nas oitavas de final, contra o Fortaleza, o Internacional vem mesclando titulares e reservas na equipe, o que repetiu no vitorioso confronto com o Santos, nas quartas.
Já o Atlético-MG tem em Cazares um de seus priincipais trunfos. A equipe mineira simplesmente não perdeu qualquer jogo em que tenha contado com o meia como titular. Nas oitavas, ele não disputou o jogo de ida contra a Ponte Preta e começou no banco o de volta, mas quando a Ponte abriu 2 a 0, em Campinas, foi ele quem o técnico primeiro mandou chamar no aquecimento. O Galo buscou o empate e voltou para Belo Horizonte com uma classificação heróica. Contra o Juventude, o Atlético-MG venceu com ele iniciando a partida, mas o manteve no banco de reservas no jogo de volta até os 22 minutos do segundo tempo. Foi o último a ir para o jogo, com a equipe já perdendo por 1 a 0, placar que se manteve até o final. Quando a decisão foi para os pênaltis, coube a Cazares a responsabilidade de fazer a cobrança decisiva. E ele correspondeu.
Com estratégias diferentes, campanhas opostas no Brasileiro e elencos diversificados, Internacional e Atlético-MG têm tudo para chegar à final da Copa do Brasil. Mas só um vai passar.
*Estagiário sob a supervisão de Valmir Storti
A equipe do Espião Estatístico é formada por Eduardo Aires, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Marcio Menezes, Paula Carvalho, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Wilson Hebert
FONTE:G1/COPA DO BRASIL
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