O ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) chamou o presidente Michel Temer (PMDB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Henrique Alves (PMDB-RN), além de outras figuras públicas, como testemunhas de defesa no processo que responde no âmbito da Operação Lava Jato em Curitiba.
Preso, em 09 de outubro, Cunha é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro. Os advogados de Cunha negam esta acusação.
A convocação das testemunhas faz parte da defesa prévia do ex-deputado, protocolada no sistema da Justiça Federal na noite de terça-feira (01).
A defesa de Cunha pediu que a denúncia contra o ex-deputada seja rejeitada. Pediu também rejeição da acusação de corrupção passiva, a rejeição de parte da denúncia que acusa o ex-deputado de conduta criminosa em relação ao ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, a absolvição sumária do crime de evasão de divisas, a suspensão do processo até que sejam julgados embargos de declaração apresentados ao STF e nulidade das provas.
A convocação das testemunhas é solicitada caso os outros pedidos da defesa não sejam aceitos.
Veja a lista de testemunhas
*Michel Miguel Elias Temer Lulia: presidente da República;
*Felipe Bernardi Capistrano Diniz: economista filho de ex-deputado Fernando Diniz (morto em 2009);
*Henrique Eduardo Lyra Alves: ex-ministro do Turismo nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer;
*Antônio Eustáquio Andrade Ferreira: ex-deputado federal;
*Mauro Ribeiro Lopes: deputado federal;
*Leonardo Lemos Barros Quintão: deputado federal;
*José Saraiva Felipe: deputado federal;
*João Lúcio Magalhães Bifano: ex-deputado federal;
*Nelson Tadeu Filipelli: ex-deputado federal;
*Benício Schettini Frazão: Engenheiro ligado à Petrobras;
*Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos: ex-gerente da Petrobras;
*Sócrates José Fernandes Marques da Silva: ex-engenheiro da Petrobras;
*Delcídio do Amaral Gómez: ex-senador cassado;
*Mary Kiyonaga: ligada ao Banco Merrill Lynch;
*Elisa Mailhos: ligada à empresa Posadas Y Vecino;
*Luis Maria Pineyrua: ligados à empresa Posadas Y Vecino;
*Nestor Cuñat Cerveró: ex-diretor Petrobras e colaborar da Lava Jato;
*João Paulo Cunha: ex-presidente da Câmara;
*Hamylton Pinheiro Padilha Júnior: ex-diretor da Petrobras e colaborador da Lava Jato;
*Luís Inácio Lula da Silva: ex-presidente;
*José Carlos da Costa Marques Bumlai: pecuarista e um dos réus da Lava Jato;
*José Tadeu de Chiara: advogado.
A prisão
No despacho que determinou a prisão, juiz Sérgio Moro disse que o poder de Cunha para obstruir a Lava Jato "não se esvaziou".
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em liberdade, Cunha representa risco à instrução do processo e à ordem pública. Além disso, os procuradores argumentaram que "há possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior" e da dupla cidadania.
Cunha tem passaporte italiano e teria, segundo o MPF, patrimônio oculto de cerca de US$ 13 milhões que podem estar em contas no exterior.
Moro é responsável pelas ações da operação Lava Jato na 1ª instância. Após Cunha perder o foro privilegiado com a cassação do mandato, ocorrida em setembro, o juiz retomou no dia 13 de outubro o processo que corria no Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte:G1/ Paraná
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