Os 2 a 0 aplicados sobre o Cruzeiro numa atuação de gala em pleno Mineirão lotado conferem ao Grêmio a confortável condição de jogar até por uma derrota por 1 a 0, nesta quarta-feira, para carimbar a vaga na final da Copa do Brasil. A vantagem torna mais fácil a missão da equipe para o duelo da Arena, a partir das 21h45. Mas a frieza dos números soa simplória para dimensionar o sentimento dos 50 mil gremistas que devem lotar o estádio para ver os comandados de Renato Gaúcho confirmarem a expectativa de avançar à grande decisão.
Até porque o duelo, com quilate de "jogo do ano", vale muito mais ao Grêmio do que a chance de disputar sua oitava final da Copa do Brasil e, quem sabe, se isolar como maior vencedor da história da competição. Existe a possibilidade de findar um par de jejuns incômodos, de fazer prevalecer a força da Arena e até de resgatar o próprio espírito do clube, adormecido pelos 15 anos sem títulos de expressão nacional.
– É um jogo que tem que ter toda a cautela, tem que se cercar de todas as questões que possam influenciar negativamente. Se nós passarmos, a única coisa que iremos conquistar é o direito de jogar a final. Cada momento é um momento. Vamos em frente. Para nós, é muito importante. É fundamental. Cria uma condição de recuperação de autoestima para o torcedor – afirma o presidente Romildo Bolzan ao GloboEsporte.com.
> Confira o que faz do duelo com o Cruzeiro o "jogo do ano" para o Grêmio:
FINAL APÓS 9 ANOS
O reflexo mais concreto dos gremistas ao garantir um resultado para eliminar o Cruzeiro é o retorno a uma final, seja de expressão nacional ou internacional, após nove anos. A última vez em que o Grêmio duelou pelo título de uma competição ocorreu ainda em 2007 e não desperta boas lembranças aos torcedores. Pelo contrário. Na ocasião, o Tricolor foi batido pelo Boca Juniors por 3 a 0 na Bombonera e por 2 a 0 no Olímpico e viu morrer o sonho do tri da Libertadores da América.
Grêmio não disputa uma final desde 2007 (Foto: AFP)
Desde então, o clube bateu na trave em três oportunidades pela Copa do Brasil: caiu na semifinal em 2010, contra o Santos, em 2012, contra o Palmeiras, e em 2013, contra o Atlético-PR, esta última sob o comando de Renato. Há ainda uma eliminação na semi da Libertadores de 2009, para o próprio Cruzeiro, rival desta quarta-feira.
– Acho que é importante não só para mim, mas para o clube e para todos os jogadores botar o Grêmio numa final depois da última vez, na Libertadores, há nove anos. Estamos focados nisso. Os primeiros 90 minutos já aconteceram. Conseguimos uma boa vitória. Temos outros 90 para confirmar – afirma o goleiro Marcelo Grohe, prata da casa e atleta mais longevo do elenco.
FIM A JEJUM
Copa do Brasil de 2001 é último título nacional
(Foto: Divulgação/Grêmio)
(Foto: Divulgação/Grêmio)
Chegar à final também confere aos comandados de Renato Gaúcho a oportunidade de pôr fim ao jejum que traz mais incômodo aos gremistas: a seca de 15 anos sem títulos de expressão nacional. A última e tão lembrada taça foi erguida ainda em 2001, no tetra da Copa do Brasil, com vitória sobre o Corinthians na grande final.
– Faz muito tempo. É importante para o torcedor. O clube volta a crescer em todos os aspectos. Está há muito tempo sem vencer. A torcida não tem mais paciência – afirma o ex-atacante Luis Mário, autor de dois gols na final de 2001, ao GloboEsporte.com.
RESGATE DA AUTOESTIMA
Repletos de cautela, Renato Gaúcho e seus comandados evitam tecer quaisquer projeções acerca da final. A vantagem do jogo de ida, porém, enche a torcida de euforia e serve como um termômetro do que a decisão representará, caso concretizada, para os gremistas. Carentes de um protagonismo recente, os torcedores vislumbram a possibilidade de voltar a ver o Tricolor tomar os holofotes do país em uma decisão de campeonato.
E mais do que isso. A final serve como um resgate do estilo "copeiro', marca presente do clube nos anos 90, década em que os gremistas conquistaram uma Libertadores, um Campeonato Brasileiro e duas Copas do Brasil.
Grêmio quer resgatar autoestima da torcida (Foto: Lucas Uebel / Grêmio, DVG)
1ª TAÇA DA ARENA
Contra o Cruzeiro, o Grêmio também tenta por fim à sequência de desilusões vivenciadas na Arena em grandes jogos e disputar a primeira final de um campeonato nacional dentro de sua nova casa. Desde a inauguração do estádio, em 2013, o Tricolor acumula tropeços em mata-matas, tanto na Libertadores quanto na Copa do Brasil e até no Gauchão. Tanto que ainda não conquistou uma taça na era Arena.
VEXAME POR ELIMINAÇÃO
As estatísticas ainda são capazes de transformar uma improvável eliminação em vexame aos comandados de Renato Gaúcho. Até hoje, a única equipe que conseguiu reverter uma derrota em casa no jogo de ida na semifinal da Copa do Brasil foi o Santo André, contra o 15 de Novembro (de Mano Menezes) em 2004. Na ocasião, o clube paulista perdeu a ida por 4 a 3, mas aplicou 3 a 1 na volta, no Estádio Olímpico.
Além disso, o Tricolor garantiu a vaga em todas as 27 vezes nas quais largou com vitória fora de casa na competição. Também nunca sofreu mais de dois gols dentro da Arena.
>> GRÊMIO X CRUZEIRO - SEMIFINAL DA COPA DO BRASIL
Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre
Data e horário: quarta-feira, às 21h45 (horário de Brasília)
Escalação provável do Grêmio: Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Kannemann e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon, Ramiro, Pedro Rocha e Douglas; Luan.
Pendurado do Grêmio: Kannemann
Desfalque do Grêmio: Bruno Grassi
Transmissão: TV Globo (menos MG e SC), com Cléber Machado, Casagrande, Juninho e Paulo César Oliveira. RBS TV com Luciano Périco, Maurício Saraiva e Márcio Chagas da Silva. SporTV 2, com Luiz Carlos Jr e Roger Flores
Arbitragem: Thiago Duarte (SP), auxilaido por Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo (SP) e Danilo Ricardo Simon Manis (SP)
Data e horário: quarta-feira, às 21h45 (horário de Brasília)
Escalação provável do Grêmio: Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Kannemann e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon, Ramiro, Pedro Rocha e Douglas; Luan.
Pendurado do Grêmio: Kannemann
Desfalque do Grêmio: Bruno Grassi
Transmissão: TV Globo (menos MG e SC), com Cléber Machado, Casagrande, Juninho e Paulo César Oliveira. RBS TV com Luciano Périco, Maurício Saraiva e Márcio Chagas da Silva. SporTV 2, com Luiz Carlos Jr e Roger Flores
Arbitragem: Thiago Duarte (SP), auxilaido por Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo (SP) e Danilo Ricardo Simon Manis (SP)
FONTE:G1/COPA DO BRASIL
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