Nos bastidores de Brasília, o ex-presidente do Senado Renan Calheiros é conhecido como um político de idas e vindas. E Temer, para aliados, faz companhia para o senador em algumas situações.
Parlamentares irritados com a demora do presidente em tomar decisões dizem que os mais complexos processos de escolha de Temer passam a impressão de seguir o “estilo Renan”. Na avaliação deles, o peemedebista ‘’vai e vem’’ em suas decisões conforme a conversa com o último interlocutor com quem ele esteve.
Um dos mais profundos conhecedores de Temer, no entanto, ironiza a avaliação. E traça o perfil de decisão do presidente.
Funciona como um jogo de ‘’resta um’’.
No caso da escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Temer deixou vazar os nomes dos candidatos que tinham apoio de seus principais aliados. Ou seja: para não desagradar os cabos eleitorais, Temer dizia aos “padrinhos” que aquele nome A ou B sugerido era ‘’um bom quadro’’ e tinha ‘’todas as credenciais’’ para o STF.
Parlamentares irritados com a demora do presidente em tomar decisões dizem que os mais complexos processos de escolha de Temer passam a impressão de seguir o “estilo Renan”. Na avaliação deles, o peemedebista ‘’vai e vem’’ em suas decisões conforme a conversa com o último interlocutor com quem ele esteve.
Um dos mais profundos conhecedores de Temer, no entanto, ironiza a avaliação. E traça o perfil de decisão do presidente.
Funciona como um jogo de ‘’resta um’’.
No caso da escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Temer deixou vazar os nomes dos candidatos que tinham apoio de seus principais aliados. Ou seja: para não desagradar os cabos eleitorais, Temer dizia aos “padrinhos” que aquele nome A ou B sugerido era ‘’um bom quadro’’ e tinha ‘’todas as credenciais’’ para o STF.
A partir daí, a sorte estava lançada, e o Planalto passava a acompanhar com lupa a repercussão daqueles balões de ensaio. Um teste, um paredão. No caso da vaga do Supremo, um a um os nomes foram sendo “fritados” - sobrando exatamente o que Temer mais gostava: Alexandre de Moraes.
No caso do Ministério da Justiça, o modus operandi se repetiu. Desde o começo, Temer queria indicar um nome de peso jurídico para a vaga, mas não queria desagradar aos partidos da base aliada - PSDB e PMDB, principalmente. Então, como lidar?
Segue o roteiro: primeiro, disse que a escolha seria pessoal. Foi a senha para seus interlocutores ventilarem que o nome de Antonio Claudio Mariz - seu amigo e respeitado criminalista - era o favorito para a vaga. No melhor estilo ‘’se colar, colou’’. Só que não funcionou.
Diante da repercussão negativa, a versão dos governistas passou a ser a de que Mariz era o candidato do coração do Temer - e seria ‘’um excelente ministro’’ -, mas no meio do caminho tinha a Lava Jato, e por isso ele estava descartado. Mariz fez críticas à operação no passado, e se inviabilizou para a pasta que comanda a Polícia Federal.
Leite derramado, o Planalto passou para o plano B: o presidente queria dar uma saída política para a vaga. E mais: para o PMDB da Câmara. O discurso acalmou os ânimos dos peemedebistas. Animada com a perspectiva de assumir um senhor ministério, a bancada indicou o deputado Rodrigo Pacheco, mas ele foi abatido em pleno voo. Ele fizera críticas ao Ministério Público no passado e isso acabou servindo-lhe como um convite para se retirar da disputa.
No caso do Ministério da Justiça, o modus operandi se repetiu. Desde o começo, Temer queria indicar um nome de peso jurídico para a vaga, mas não queria desagradar aos partidos da base aliada - PSDB e PMDB, principalmente. Então, como lidar?
Segue o roteiro: primeiro, disse que a escolha seria pessoal. Foi a senha para seus interlocutores ventilarem que o nome de Antonio Claudio Mariz - seu amigo e respeitado criminalista - era o favorito para a vaga. No melhor estilo ‘’se colar, colou’’. Só que não funcionou.
Diante da repercussão negativa, a versão dos governistas passou a ser a de que Mariz era o candidato do coração do Temer - e seria ‘’um excelente ministro’’ -, mas no meio do caminho tinha a Lava Jato, e por isso ele estava descartado. Mariz fez críticas à operação no passado, e se inviabilizou para a pasta que comanda a Polícia Federal.
Leite derramado, o Planalto passou para o plano B: o presidente queria dar uma saída política para a vaga. E mais: para o PMDB da Câmara. O discurso acalmou os ânimos dos peemedebistas. Animada com a perspectiva de assumir um senhor ministério, a bancada indicou o deputado Rodrigo Pacheco, mas ele foi abatido em pleno voo. Ele fizera críticas ao Ministério Público no passado e isso acabou servindo-lhe como um convite para se retirar da disputa.
Eliminado o favorito na saída política, e sem poder seguir o coração e indicar Mariz, sobrou a solução de peso jurídico. Temer tanto queria esta saída que fez uma segunda tentativa de levar Carlos Velloso para o governo. A primeira foi na montagem inicial de seu ministério, em 2016. Mas Velloso recusara. Agora, Temer foi surpreendido com a nova negativa.
Só sondou Velloso porque aliados prepararam o terreno antes- e ele havia, segundo eles, sinalizado positivamente com a ideia. Mas o ex-ministro desistiu no meio do caminho- devolvendo o processo para a estaca zero. Temer só vai definir o nome do novo ministro após a aprovação da indicação de Moraes no Senado
Um interlocutor de Temer compara esse jogo do presidente com aliados com o estilo do ex-presidente Getúlio Vargas.
Certa vez, Getílio, ao receber um deputado do PTB com uma demanda, respondeu: ‘’Você tem razão’'.
Pouco depois, o presidente recebeu um integrante do PSD, que reclamava dos planos do PTB. E Getúlio reagiu da mesma forma: ‘’você tem razão’’. Mais tarde sua filha, Alzira, virou-se para o presidente e reclamou que ele estava mentindo ao defender a posição de ambos. E o presidente respondeu: ‘’É, minha filha, você tem razão’’.
Isso é o jeito Temer de fazer política.
FONTE:G1/POLÍTICA
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