O uso de arma de fogo pela Guarda Municipal de Fortaleza pode trazer problemas em vez de solução, avalia um especialista em segurança pública ouvido pela TV Verdes Mares. A partir do dia 12 de janeiro, 116 guardas municipais vão passar a atuar na rua com porte de arma de fogo. após receberem treinamento da Polícia Federal.
O grupo faz parte do programa de segurança municipal que vai instalar torres de vigilância em áreas mais violentas de Fortaleza. Segundo um especialista em violência, a mudança não é eficaz para sanar problemas da segurança pública.
De acordo com Luís Fábio Paiva, professor do Laboratório de Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), é preciso questionar com o poder público o protocolo de uso das armas. “Dificilmente, essa nova força policial tem um treinamento adequado para enfrentar determinadas situações de violência. A gente precisa questionar em que situações eles vão atuar e como poderão atuar”, comenta.
A Prefeitura de Fortaleza afirmou que não iria comentar o assunto.
Atendimento psicossocial
Guarda Municipal de Fortaleza (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
O professor acredita que o uso de armas causa mais problemas do que soluções. "Infelizmente, armas não fazem milagres. Como acontece já com a Polícia Militar, esse uso da arma, muitas vezes, tem vários problemas no decorrer do horário de trabalho, mas também fora do horário de trabalho."
Paiva destaca também a necessidade de organização da Guarda e de uma rede de atendimento preparada para amparar esses profissionais em situações extremas.
"Quando esse guarda efetivamente atuar e ele disparar, e esse disparo causar uma lesão ou a morte de uma pessoa, como é que vai proceder a Guarda Municipal? Como é que a Guarda Municipal também está se preparando para o atendimento psicossocial desse guarda, que agora faz uso de um dispositivo letal e isso traz uma série de consequências sobre o seu bem-estar e a sua própria segurança?", questiona.
FONTE:G1/CE
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