As escolas de samba representam, atualmente, que sob o ponto de vista cultural, quer sob o ponto de vista turístico uma das importantes categorias de arte popular. Pela posição excepcional que ocupam no cenário nacional e internacional - são famosas até fora das nossas fronteiras - devem ser consideradas patrimônio nacional, que todos temos o dever de conservar e defender. É nosso desejo, nesta pesquisa, fixar bem este ponto de vista. A denúncia do que a mim parece errado, não tem o significado de uma tomada de posição derrotista, ao contrário, traduz o meu compromisso com uma atitude crítica construtiva, interessada em manter a criação estética genuína e não a exótica e alienista. O rompimento da estreiteza e do exclusivismo comercialista é uma necessidade de que se impõe. É imperativo que se corrijam os descaminhos. Há que se desenvolver novos temas, novas fabulações enclausuradas no círculo de ferro do mercantilismo. Não me move nenhuma pretensão saudosista ou algum escrúpulo, no sentido de preservar uma autenticidade, baseada num passado que já se modificou. Acho possível a correção dos erros acumulados, desde que haja uma autocrítica efetiva e uma ajuda de todos os que desejam a sobrevivência das escolas. E, me refiro, em particular, aos intelectuais que devem e podem dar uma maior e mais efetiva participação às escolas.
Esse texto foi retirado da conclusão de um projeto de pesquisa de Silas Andrade, do curso de letras da UNIRIO de 1985, intitulado: "Origem Evolução e Influência no Folclore do Rio de Janeiro". Transcrevi aqui, essa conclusão, por acreditar que a data de hoje, 02 de dezembro, quando se comemora o dia do Samba, pede uma reflexão quanto aos caminhos que o Samba e o Carnaval tomaram. E para pensarmos no futuro, sua história e seu legado.
Salve o dia do Samba!
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