Reeleito nesta sexta-feira (1º) presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendeu em discurso a "modernização" da Casa e reformas "pactuadas".
Filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia, Rodrigo Maia é presidente da Câmara desde julho de 2016 e foi reeleito para o terceiro mandato, até fevereiro de 2021. O deputado recebeu 334 dos 512 votos.
No discurso, Maia ressaltou que a Câmara precisa de "modernização" na relação com a sociedade e com os instrumentos de trabalho.
"Ela [a Câmara] precisa de modernização, modernização e modernização. Na nossa relação com a sociedade, nos nossos instrumentos de trabalho, principalmente as novas ferramentas de comunicação, para que cada um de nós possa estar mais próximo do eleitor, do cidadão", declarou.
Rodrigo Maia (DEM) discursa após ser reeleito presidente da Câmara dos Deputados
GloboNews em Pauta
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Sobre as reformas, afirmou:
"Precisamos modernizar as leis, simplificá-las. E precisamos comandar as reformas de forma pactuada junto com todos os governadores, prefeitos e partidos políticos. Nada vai avançar se não trouxermos para o debate aqueles que estão sofrendo pela inviabilização do Estado."
Entre as reformas defendidas pelo governo Jair Bolsonaro, e que precisam de aprovação do Poder Legislativo, está a da Previdência Social, considerada essencial pelo Palácio do Planalto para equilibrar as contas públicas.
Emocionado, Rodrigo Maia comemora com aliados a reeleição para presidente da Câmara — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Articulação política
No primeiro discurso após reeleito, Maia destacou ter contado com o apoio de uma ampla aliança partidária, que reuniu siglas como PSL, de Jair Bolsonaro, o PCdoB e o MDB.
"Nós temos que ter todos aqui, de todas as correntes partidárias, do PT ao PP, ao PSL, para que essa pacto sirva não apenas para a União, mas para estados e municípios", afirmou.
Em entrevista à GloboNews, logo após a vitória no plenário da Câmara, Rodrigo Maia disse que é preciso ter "diálogo" no parlamento.
Ele citou como exemplo reuniões que teve com os governadores petistas Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piauí) nas quais teve "aula" sobre gestão pública e segurança.
“Novo momento da política brasileira”, diz Rodrigo Maia após reeleição
GloboNews em Pauta
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Votação secreta
Rodrigo Maia ainda se posicionou na entrevista à GloboNews a favor da votação secreta para escolha dos presidentes da Câmara e do Senado. O deputado do DEM foi reeleito nesta sexta em votação secreta.
A discussão sobre se a eleição para presidência do Senado seria por meio de voto secreto ou aberto provocou tumulto no plenário. Senadores bateram boca e quase houve agressão física.
Na opinião de Maia, a eventual decisão de fazer uma eleição com votos abertos no Senado poderá gerar a "nulidade” das decisões da Casa.
Para o presidente reeleito da Câmara, o voto secreto garante que os chefes das duas casas legislativas do Congresso se mantenham independentes do Palácio do Planalto.
"Abrir voto para derrotar A, para derrotar B, isso não é bom. E mais: o governo Bolsonaro não tem o apetite de intervenção no Legislativo, pelo menos por enquanto. Então, para ele, o resultado vai ser sempre um resultado natural”, enfatizou.
"Daqui pra frente, com o voto aberto na Câmara, no Senado, um presidente do Senado será 100% aliado com o governo, e não é isso o que diz a Constituição", complementou Maia.
Reforma da Previdência
Ao defender a "pactuação" para aprovar reformas, Rodrigo Maia mencionou a proposta sobre a Previdência Social, que será enviada pelo governo.
Maia afirmou que há "espaço" para a Câmara intermediar o pacto em favor da reforma.
"Tem espaço para que a Câmara possa intermediar uma grande pactuação, um texto junto com o governo, mas organizado pela Câmara, para que a gente possa unir todos aqueles que estão governando, de partidos ligados ao governo ou não, pra que a gente possa avançar de forma definitiva nesse tema", disse.
O parlamentar mencionou os problemas financeiros vividos por estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte para defender uma postura "mais racional" dos políticos na discussão da Previdência e demais reformas.
"Acho que a Previdência, as questões de reformas administrativas, precisam sair da agenda ideológica e vir pra uma agenda mais racional para que a gente possa construir maiorias pactuadas e aprovar os temas e dar solução para que o investidor tenha mais tranquilidade para investir no Brasil", disse.
Maia lembrou que, somente com os votos da base do governo, poderá ser difícil aprovar a reforma da Previdência, em especial porque o governo de Jair Bolsonaro mudou a forma como organiza a base de apoio.
As mudanças nas aposentadorias e pensões serão analisadas em uma proposta de emenda à Constituição (PEC), que exige o voto de 308 dos 513 deputados em dois turnos.
"O presidente começa o seu governo organizando a base de uma outra forma, eu não tenho clareza se ele tem o espaço necessário para ter os 308 votos", disse.
O presidente da Câmara explicou que é preciso um período de "transição" para assimilar o novo funcionamento da base governista. Na sua opinião, esse período poderá "não gerar" 308 votos "no curto prazo".
Relação com Bolsonaro
Questionado sobre sobre como será a relação dele com o presidente Jair Bolsonaro, o deputado respondeu: "Será sempre de muito diálogo e de construção de pautas".
FONTE:G1/POLÍTICA
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