domingo, 28 de julho de 2019

Número de policiais punidos em processos disciplinares administrativos sobe 44,4% no Ceará

O alto número de ocorrências e investigações no Ceará faz com que aumentem os casos envolvendo policiais civis ou militares na condição de suspeito. De acordo com estatísticas da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), nos últimos três anos, 278 policiais foram punidos em processos disciplinares.


O órgão responsável por receber e investigar denúncias sobre condutas irregulares dos agentes de segurança pública contabilizou 72 punições em 2016, 102 em 2017 e 104 em 2018. Comparados os anos de 2016 e 2018, o aumento de punições ao longo deste período foi de 44,4%.

Há outro número que chama a atenção. Cresceu o número de punidos, porém, a quantidade de casos arquivados também aumentou. Ainda nos últimos três anos, 78% dos processos administrativos contra civis e militares findaram em arquivamentos. A Controladoria explica que os casos de arquivamento, muitas vezes, decorrem da insuficiência de provas "o que impossibilita a comprovação da responsabilidade administrativa".

Até mesmo ocorrências que terminaram em mortes com intervenção policial podem terminar em arquivamento, sem haver nenhum culpado pela morte. Um dos recentes casos arquivados e publicados no Diário Oficial do Estado do Ceará é referente a uma morte acontecida no dia 3 de janeiro de 2017.

Caso emblemático

Francisco Iago Moreira dos Santos morreu após ser atingido por um disparo vindo de uma arma de um soldado do Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) que estava em serviço. Segundo os autos, policiais se aproximaram de Iago, e o suspeito saiu em fuga. Houve perseguição e colisão entre as motocicletas.

Na versão da polícia, Iago apontou uma arma contra o soldado, que precisou disparar em legítima defesa. Durante dois anos e meio ficou aberta sindicância para apurar a ação do soldado do Batalhão. No último mês de junho, a CGD decidiu arquivar o caso explicando que não houve provas mostrando que o militar tenha se excedido quanto aos meios utilizados na tragédia.

FONTE:G1/CE

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