O senador licenciado Cid Gomes recebeu alta médica e deixou o hospital neste domingo (23), após passar cinco dias internado depois de ser baleado durante um motim de policiais militares em Sobral, interior do Ceará. Segundo assessoria de Cid, o senador continuará a reabilitação em sua residência, em Fortaleza, mas não realizará procedimentos para a retirada dos projéteis do corpo.
Cid Gomes foi baleado na quarta-feira (19) em um motim de policiais que reivindicavam aumento salarial. Quando foi atingido, ele tentava furar um bloqueio feito no 3º Batalhão da Polícia Militar do município com uma retroescavadeira. A Polícia Federal investiga o caso.
Imagens do momento do tiroteio contra o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) mostram que ao menos três pessoas dispararam na direção do político. Veja o momento dos disparos no vídeo abaixo:
Imagens mostram três pessoas atirando contra Cid Gomes
Após ser baleado, Cid foi levado ao Hospital do Coração de Sobral, onde recebeu os primeiros atendimentos médicos. Na quinta-feira, o senador licenciado deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital e foi transferido para uma unidade de saúde de Fortaleza.
Imagens do momento do tiroteio contra o senador mostram que ao menos três pessoas dispararam na direção do político. Dois tiros atingiram o senador quando ele tentou invadir um batalhão da Polícia Militar em Sobral ocupado por policiais amotinados na quarta-feira (19).
No sábado (22), o senador foi submetido a um exame de raio-x que confirmou a existência de dois projéteis alojados, um ao lado da costela e outro no pulmão esquerdo, assim como um fragmento de projétil.
A assessoria de Cid informou que não serão realizados procedimentos para a retirada desses projéteis. Contudo, o senador continuará em reabilitação, realizando fisioterapia respiratória e uso de antibióticos para restabelecimento da função pulmonar.
Cid Gomes usou veículo para tentar entrar em batalhão policial ocupado por policiais militares amotinados em Sobral — Foto: SVM
O motim dos PMs teve início na tarde de terça-feira, mas ganhou corpo a partir de quarta. Mais de 100 assassinatos já foram registrados durante a paralisação da PM. Por conta da crise, o estado recebeu reforço de tropas da Força Nacional e do Exército Brasileiro.
Os amotinados reivindicam aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana (PT).
Por conta da crise, o estado recebeu reforço de tropas da Força Nacional e do Exército Brasileiro. Atualmente, a segurança no estado é realizada por 2,5 mil soldados do Exército, 150 agentes da Força Nacional, 212 policiais rodoviários federais, policiais civis PMs de batalhões que não aderiram à paralisação.
Carros das forças de segurança do Ceará continuam com pneus furados ao redor do 18º Batalhão da Polícia Militar. — Foto: Fabiane de Paula/SVM
Resumo:
5 de dezembro: policiais e bombeiros militares organizaram um ato reivindicando melhoria salarial. Por lei, policiais militares são proibidos de fazer greve.
31 de janeiro: o governo anunciou um pacote de reajuste para soldados.
6 de fevereiro: data em que a proposta seria levada à Assembleia Legislativa do estado, policiais e bombeiros promoveram uma manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.
13 de fevereiro: o governo elevou a proposta de reajuste e anunciou acordo com os agentes de segurança. Um grupo dissidente, no entanto, ficou insatisfeito com o pacote oferecido.
14 de fevereiro: o Ministério Público do Ceará (MPCE) recomendou ao comando da Polícia Militar do Ceará que impedisse agentes de promover manifestações.
17 de fevereiro: a Justiça manteve a decisão sobre possibilidade de prisão de policiais em caso de manifestações.
18 de fevereiro: três policiais foram presos em Fortaleza por cercar um veículo da PM e esvaziar os pneus. À noite, homens murcharam pneus de veículos de um batalhão na Região Metropolitana.
19 de fevereiro: batalhões da Polícia Militar do Ceará foram atacados. O senador Cid Gomes foi baleado em um protesto de policiais amotinados.
20 de fevereiro: policiais recusaram encerrar o motim após ouvirem as condições propostas pelo Governo do Ceará para chegar a um acordo.
21 de fevereiro: tropas do Exército começam a atuar nas ruas do Ceará.
22 fevereiro: Ceará soma 88 homicídios desde o início do motim. Antes do movimento dos policiais, a média era de seis assassinatos por dia. O Exército anunciou um reforço na segurança.
Exército vai manda mais homens para reforçar a segurança no Ceará
Policiais punidos
O governo do Ceará afastou 167 policiais militares que participam dessa paralisação. O afastamento dos envolvidos no motim deve durar 120 dias e os agentes já serão retirados da folha de pagamento do governo a partir deste mês.
A abertura de processos disciplinares contra os militares afastados ocorrerá de duas formas. A primeira envolve os inquéritos militares, cujo julgamento acontecerá na Justiça Militar. O segundo consiste no procedimento administrativo disciplinar realizado pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD).
Além disso, a Polícia Militar do Ceará classificou 77 policiais militares como "desertores". Eles faltaram a uma convocação para trabalhar na segurança de festas de carnaval no interior do estado.
Reivindicação dos policiais
Policiais do Ceará se reuniram com senadores para ouvir propostas do governo estadual. — Foto: Kid Junior/SVM
Os PMs têm feitos os motins para pressionar o governo por aumento salarial. A proposta da gestão é aumentar o salário de um soldado da PM dos atuais R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil, em aumentos progressivos até 2022.
O grupo de policiais que realiza as manifestações reivindica que o aumento para R$ 4,5 mil seja implementado já neste ano, de forma integral.
Na noite de quinta-feira (20), houve um encontro entre representantes dos policiais que participam do motim e uma comissão de senadores para por fim à paralisação. No entanto, não houve acordo. Um dos pontos discutidos foi a anistia aos integrantes do movimento, mas o governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que o perdão é inegociável.
Fonte:G1/CE
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