sábado, 31 de maio de 2014

À moda uruguaia: Celeste sofre, mas recompensa torcida com vitória magra


Penúltimo amistoso antes da Copa tem pouco futebol, mas apoio de um Centenário lotado apesar de chuva e frio; gol diante da Irlanda do Norte é do reserva Stuani.Isso que foi apenas a primeira despedida. E sob frio e chuva. Mas a torcida uruguaia comprovou nas cadeiras geladas e molhadas do Centenário, na noite desta sexta-feira, toda a mobilização que já é possível sentir em cada bandeira desfraldada pelas ruas de Montevidéu. Embalado pela massa, o Uruguai, mesmo atrapalhado por ter de abdicar de sua vocação defensiva, venceu a Irlanda do Norte no penúltimo amistoso antes do embarque ao Brasil para a Copa do Mundo. Como reza a cartilha oriental, foi suado, é claro: 1 a 0, gol do bancário Stuani, que ainda luta para não sobrar da lista final.Na quarta-feira tem mais. A Eslovênia será o rival do adeus definitivo da Celeste de seu lar tão aconchegante. Uma despedida doída, uma vez que ficou claro que, com uma equipe muito mais operária do que inspirada, a grande força vem mesmo do urro de seus fanáticos torcedores. No Brasil, o Maestro Óscar Tabárez terá que se virar sem esse exército de luxo. Antes, no sábado, o treinador divulgará a lista definitiva de 23 nomes – dois, portanto, serão cortados.Sem Suárez, lesionado, e Godín, poupado, ascenderam ao time, no ataque e na defesa, respectivamente, o experiente Forlán e o jovem Coates – esse último um dos que precisava mostrar serviço para seguir na delegação. O problema é que a zaga não teve muito trabalho, fora pouco testada. E até permitiu o sempre cauteloso time uruguaio se lançar à frente. Responsabilidade que, historicamente, acaba complicando a Celeste. Com os meias Ramirez e Rodriguez abertos, os volantes Gargano e Arévalo Rios precisavam ajudar a armar. Nunca foi a deles. Forlán e Cavani ficaram pouco abastecidos.

Mas e daí? Os charruas que encaravam chuva e frio só queriam torcer. Aplaudiram até pisada na bola de Arévalo Rios e saída claudicante de Muslera. Sobrou vaia apenas para o árbitro brasileiro Leandro Vuaden por amarelar Gargano. 


Uruguai venceu com gol de reserva (Foto: AFP)


Aos poucos, o Uruguai assustava. Porém, não contava com Roy Carrol. Aos 32, o goleiro espalmou chute cruzado de Cavani e, no rebote, atirou-se para fazer milagre contra Forlán. Resultado: bateu as costas na trave, mas se recuperou. No minuto final do primeiro tempo, o mesmo lance às avessas: Forlán arriscou, Carrol rebateu e, desta vez, Cavani, sozinho, errou o rebote, sem mérito ao camisa 1.


O clima de amistoso parecia cada vez mais arrefecido. Começou a ter cara de Copa no segundo tempo. Houve apenas uma troca no intervalo (Stuani na vaga de Forlán) e o goleiro irlandês demorou diversas vezes para repor a bola. Além de dois amarelos para os visitantes por entradas duras. E não é que Stuani, egresso do banco, resolveu? Rodriguez mostrou lampejo de lucidez em bela arrancada e ofereceu a bola a Cavani, que foi ao fundo e brindou Stuani e todo o Centenário. A torcida dos celestes valeu a pena.

Depois do 1 a 0, aos 16, ressurgiu o clima de festa. E começaram as substituições mais fortuitas. Até porque o gol suado saiu. Assim como a vitória. Com a cara do Uruguai.

Uruguai: Fernando Muslera; Maxi Pereira, Diego Lugano, Sebastián Coates (José María Giménez), Martín Cáceres (Álvaro Pereira); Gastón Ramírez (Nicolás Lodeiro), Arévalo Ríos, Gargano (Diego Pérez), Cristian Rodríguez; Diego Forlán (Christian Stuani), Cavani (Abel Hernández). Técnico: Oscar Tabárez.

Irlanda do Norte: Roy Carrol; Aaron Hugues, Christopher Baird, Luke McCullough; Corry Evans (Conor McLaughlin), Steven Davis, Samuel Clingan (Paul Paton), Shane Ferguson (Daniel Lafferty), Oliver Norwood (Jonathan Steele); Niall McGinn (Joshua Magennis) e William Mckay (Ryan McLaughlin). Técnico: Michael O'Neill.

FONTE:G1/ESPORTE

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