Quatro anos depois, o sacrifício valeu a pena. O River está
recuperado e de volta ao lugar habitual, brigando por títulos. E Cavenaghi foi
recompensado: será titular na decisão da Libertadores contra o Tigres, nesta
quarta-feira, às 22h (de Brasília), no Monumental de Núñez. O SporTV transmite
a partida ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.
A ironia da história é que Cavenaghi, apesar de sua
importância histórica, já não é mais titular absoluto do River. Pelo contrário,
vinha sendo utilizado habitualmente como reserva, em times mistos,
principalmente no Campeonato Argentino. Sem o artilheiro Mora, o técnico
Marcelo Gallardo tinha as opções de Martínez e Driussi, mas preferiu o
veterano. Gratidão? Aposta na experiência?
- Vamos precisar de gol, e esta é a característica principal
de Fernando. Ele tem faro para estar dentro da área e finalizar. Fernando tem
sido um jogador que tem participado sempre conosco, em maior ou menor medida,
mas sempre participou. Jogou partidas importantes. O que não podia fazer era
baixar os braços. Nunca se sabe o que pode acontecer no futebol. Agora ele tem
a oportunidade mais importante de sua carreira – explicou Gallardo.
Gol, de fato, nunca faltou a Cavenaghi. Nesta temporada,
apesar do papel menor no elenco, são 11 em 26 partidas. Ao todo, ele é o oitavo
maior artilheiro da história do River, com 112 gols.
- A escalação de Cavenaghi é uma surpresa, porque estava
jogando mais no campeonato local. Mas ele está muito bem, fez vários gols. Gallardo
sabe que falta gol ao River e aposta na experiência de Cavenaghi – analisou o
jornalista Gustavo Yarroch, do “Clarín”.
Atacante é um dos principais ídolos da torcida do River Plate (Foto: Reuters)
River Plate: habitat natural
Cavenaghi foi criado nas divisões de base do River. Surgiu
como grande promessa, destacando-se inclusiva na seleção argentina sub-20 (foi
artilheiro do Mundial e do Sul-Americano da categoria em 2003). Vendido ao
Spartak Moscou em 2004, jamais confirmou o potencial na Europa. Passou também
por Bordeaux (onde teve a melhor fase), Mallorca e Villarreal. Na América Latina,
defendeu Pachuca e Internacional, sem convencer.
Mas o habitat natural de Cavenaghi é mesmo o River. Os dois
se complementam. Quando já não rendia no exterior, o atacante se dispôs a
voltar para ajudar o clube. No fundo, devia saber que também precisava se
recuperar. Na segunda divisão, foi crucial na campanha que devolveu os
Millonarios à elite: 19 gols em 37 partidas.
"Meu sonho é voltar ao River"
Porém, um desentendimento com o então presidente do River,
Daniel Passarella, abreviou a passagem do artilheiro. Ele deixou o clube em
2012 e assinou com o Villarreal. Não se firmou na Espanha nem no México, onde
defendeu o Pachuca. Voltou para casa em 2014, para sua terceira passagem.
-
Eu sempre disse que vou voltar ao River. No momento em que tive que ir
embora, eu disse isso. Meu sonho é voltar ao River - afirmou o jogador,
em entrevista no fim de 2013, após deixar o Pachuca, antes de acertar
seu retorno.
Cavenaghi será titular na decisão da Libertadores, contra o Tigres (Foto: Diego Haliasz / Prensa River)
Por toda essa história, Cavenaghi é tratado como ídolo pelos
torcedores. Santiago El Tano Pasman, por exemplo, acredita cegamente que o
jogador ainda tem condições de defender a seleção argentina.
- Fernando é extraordinário. Um jogador de seleção, um fenômeno.
Teve a grandeza de dizer: “Estou aqui num momento em que o River precisa de mim”.
Ele colocou o River nas costas, jogou bem na segunda divisão, subiu com o
River, foi mandado embora, calou a boca, aguentou e, quando teve a
oportunidade, voltou. O torcedor do River valoriza Cavenaghi, e ele vai seguir
no coração dos torcedores para sempre.
FONTE:G1/ LIBERTADORES
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