segunda-feira, 8 de agosto de 2022

No Brasil, 1 a cada 4 pessoas não consegue pagar as contas do mês

 

Com a escalada de preços e a redução do poder de compra, encerrar o mês com saldo na conta é um sonho distante para 25% dos trabalhadores brasileiros.Dados de uma pesquisa sobre finanças da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que 1 em cada 4 brasileiros não consegue ter dinheiro para pagar todas as contas do mês. As informações foram divulgadas na manhã desta segunda-feira, 8 de agosto, e revelam ainda que 44% da população consegue arcar com as despesas do mês, mas apenas com o essencial e sem nenhum tipo de reserva ou gasto adicional, incluindo lazer. 

O estudo estima que apenas 29% de toda população do País apresenta condições para poupar alguma quantia no mês. Enquanto isso, 25% dos trabalhadores deixaram de comprar remédios e 19% tiveram que cancelar o plano de saúde. 

“O estudo mostra os efeitos da situação econômica do país nos hábitos da população. O aumento de preços de produtos como gás de cozinha, alimentos e combustível impacta diretamente no orçamento das famílias e isso reflete na redução do consumo de uma forma mais ampla”, destaca o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.Dentro desse contexto, 64% dos brasileiros precisaram reduzir gastos em julho deste ano e ainda assim, pontuam dificuldades para arcar com as despesas mensais. 

Para o futuro, ainda que 56% acredite que a situação financeira possa melhorar nos próximos seis meses, 30% da população afirma ter pretensão de diminuir ainda mais os gastos e outros 8% relam planos de reduzir em grande escala os gastos atuais.

Além disso, 48% daqueles que possuem dívidas relatam atrasar os pagamentos por priorizar gastos com alimentação e aluguel. "A pandemia de Covid-19 e uma série de outros desafios, como a guerra na Ucrânia, comprometeram a recuperação da economia e a retomada do crescimento no Brasil. A aceleração da inflação levou a um novo ciclo de aumento de juros, o que desestimulou o consumo e os investimentos", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Ele apresenta uma perspectiva positiva, ainda que contida, para o futuro: "a redução do desemprego e aumento do rendimento da população nos dá uma perspectiva de superação, ainda que gradual, dessa série de dificuldades que as famílias estão enfrentando”, complementa. Situação financeira dos trabalhadores com relação aos gastos de todo mês
  • Quase sempre fico apertado, pago as contas, mas não sobra nada: 44%
  • Consigo gerenciar bem o dinheiro e guardar um pouco quase todo mês: 29%
  • Não consigo pagar todas as contas e deixo algumas para o mês seguinte: 19%
  • Preciso recorrer a empréstimos ou ajudas para conseguir pagar minhas contas: 3%
  • Utilizo o cheque especial para conseguir pagar minhas contas: 2%
  • Pago o mínimo do cartão de crédito e deixo o saldo para o próximo mês: 1%
Com relação as despesas básicas, o orçamento apertado, e por vezes insuficiente, fez com que 34% dos trabalhadores já tenham atrasado contas de luz ou água este ano, enquanto 19% deixaram de pagar o plano de saúde e 16% tiveram de vender algum bem material para quitar dívidas.

"Além da redução de despesas com lazer e itens de uso pessoal, como roupas e calçados, o orçamento apertado também trouxe mudanças no dia a dia do brasileiro, como parar de comer fora de casa (45%), diminuir gastos com transporte público (43%) e deixar de comprar alguns alimentos (40%)", complementa a análise da CNI sobre os dados. 
Mudanças no comportamento e consumo devido a renda insuficiente 
  • Reduzir despesas com lazer: 60%
  • Deixar de comprar produtos de uso pessoal como roupas ou sapatos: 58%
  • Desistir de viajar a passeio ou férias: 57%
  • Diminuir os gastos com transporte particular: 51%
  • Deixar de planejar a compra ou reforma de casa: 50%
  • Deixar de planejar a compra de carro ou moto: 47%
  • Deixar de se alimentar fora de casa: 45%
  • Diminuir os gastos com transporte público: 43%
  • Deixar de comprar determinados alimentos para a sua casa: 40%
  • Atrasar contas como água ou luz: 34%
  • Reduzir ou deixar de comprar remédios: 25%
  • Deixar de pagar plano de saúde: 19%
  • Vender um bem/bens para quitar dívidas: 16%
  • Deixar de pagar ou atrasar aluguel ou prestação da casa: 14%
  • Atrasar contas de condomínio: 7%
Dentro dessa realidade de corte de despesas, 68% das pessoas relatam ter pechinchado antes de fazer uma compra este ano. Além disso, as compras no cartão de crédito somam 51% de todas as práticas de consumo 

A compra de produtos ou serviços no "fiado", usando o tradicional "caderninho de anotações", é algo recorrente para 31% dos brasileiros. Em paralelo, 12% relatam fazer uso frequente do crédito consignado e 11% do cheque especial para conseguir se manter. 


FONTE:O POVO

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